O amor é ruído. O drama é turvo e acinzentado.
Deixa-me observar o mundo lá fora. Fala e deixa-me absorver-te, se tiveres o que me dizer. Não te quero descrever, não quero ter nada para contar sobre ti, mesmo que possas voltar e ir beber um café. Deixa-me antes memórias para remexer mais tarde, mas que não me tentem prender numa teia. Porque contigo contam os gestos e o olhar que às vezes deitas sobre mim.
Não queria deixar esta folha em branco, mas só quero olhar lá para fora e ver, pois não tenho nada para dizer. Talvez não sejas o amor, mas não és o drama. És o meu segredo de verão, és o coração fugidio que nunca tentei apanhar. Serás aquele que me ensinou quão bom é o toque e mostrou o lado maravilhoso de ver e ouvir. És aquele que nos enrolou na capa, sem nos prender.
O amor é ruído e o drama é turvo e acinzentado, mas nada oiço e o que vejo é nítido e de cores vivas. Talvez não sejas nada, talvez a ponte já lá não esteja para ser atravessada e já não haja margens de rios onde caminharmos os dois.